PARTO NORMAL NA REDE PÚBLICA

A Rede Pública compreende hospitais do SUS, beneficentes e universitários. Como geralmente atender a população chamada “carente” acredita-se que sejam de “segunda classe”. Não é considerado um distintivo de status dar à luz num hospital público. Entretanto, no campo da humanização é aqui que encontramos algumas alternativas interessantes que permitem experiências de parto mais positivas!
Não idealizemos, porém. Na grande maioria deles reinam os problemas típicos da rede pública de saúde: lotação, falta de leito, pouco investimento nos recursos humanos, atendimento apressado, impessoal e desinteressado (o que também pode acontecer nas maternidades privadas!).
A parturientes, além de estarem na maioria das vezes desorientadas, sem informações, sozinhas e em pleno trabalho de parto (da mesma forma que suas irmãs mais ricas), por serem mulheres de baixa renda recebem o estigma que prega a mulher ao sofrimento do parto (de antigas lembranças bíblicas). Porque os recursos são públicos e, portanto, escassos, sua dor não lhe é sempre poupada e o apoio emocional deixa muito a desejar.
Entretanto, têm aqueles oásis de parto que são alguns hospitais públicos onde já foram adotadas “rotinas humanizadas” como: liberdade de movimento, acompanhante, apoio físico e emocional constante. Os diretores destes hospitais têm consciência da necessidade de mudança do modelo obstétrico e estão trabalhando para a transformação do atendimento.
A vantagem do sistema público é que se tende a não abusar da tecnologia. A necessidade de economia se torna um benefício para a mãe e seu bebê. Falta ainda o investimento nos recursos humanos e uma política administrativa mais estratégica e corajosa.
Adriana Tanese Nogueira, Psicanalista, filósofa, autora, educadora perinatal, fundadora da ONG Amigas do Parto. www.adrianatanesenogueira.org