ONDE ESTÁ?

Onde está?
Por favor, preciso encontrar!
Faz-me tanta falta
Será que um dia fez parte de mim?
Mas era pra ter feito
Tem que estar por aqui,
Em algum lugar...
E eu preciso achar! Penso que já me foi tirado
Mesmo antes que eu nascesse
E nunca mais me devolveram
Eu não sabia que não estava aqui
E nem sei pra onde levaram
Só dei falta no momento em que precisei
E aí, já era tarde
Não havia mais tempo de encontrar e usar
Onde está o impostor
Quem ele é?
Será que sou eu mesma?
Isso é difícil de acreditar e aceitar!
Eu não vou julga-lo, nem condena-lo
Só quero o que de direito é meu!
E que de mim não devia ter saído
E meu caminho é encontrar
Quem foi que me tirou?
Por favor, devolva-me!
Mesmo que eu nunca use
Mesmo que eu não venha experimentar
Preciso saber que é meu
Que faz parte da mulher que em mim existe
Que eu não estava errada em acreditar
Preciso ter certeza que com ele eu iria conseguir
Onde está?
Quero encontrar!
Alguém viu onde eu deixei?
Alguém sabe onde encontrar?
É um tesouro que a mim pertence
E que pra mim tem que retornar
Parece em vão minha busca
Mas não consigo parar de buscar
Sinto-me roubada
Por uma cultura?
Por uma história de vida?
Por um mundo?
Não sei! Só sei que preciso achar!
E meu maior medo
É nunca isso encontrar
E viver tendo aceitar
Que com minhas forças,
Não pude à minha cria, a luz dar!
23/julho/2004 – 15:00hs – Queria descobrir onde esta a minha capacidade de parir. Porque eu não consegui ajudar as minhas filhas nascerem? Quem me tirou esse direito?
* Claudinha é mãe de duas meninas, ambas nascidas de cesárea, reside em Goiânia (GO)